Luanda – Em Angola, multiplicam-se as reacções políticas ao discurso sobre o estado da nação, proferido pelo Presidente João Lourenço, esta terça-feira. Na altura, o Presidente disse não ter responsabilidade quanto ao adiamento da criação das autarquias e acabou por ser interrompido pela oposição que gritava “autarquias já”.
Fonte: RFI
Esta terça-feira, na sequência do encerramento deste discurso de abertura do ano parlamentar, o líder da UNITA, Liberty Chiaka, pediu a João Lourenço que se demita e disponibilizou-se para apurar a veracidade da “grave acusação” feita pelo Presidente angolano sobre o envolvimento de políticos em crimes de contrabando e vandalismo.
“Procurámos transmitir cinco mensagens principais: primeiro, Presidente demita-se! Está provado que o Sr. Presidente da República não está mais na condição de governar o país porque violou várias vezes a constituição e a lei. Em segundo lugar porque quanto aos resultados concretos da sua governação, infelizmente o governo falhou”, começou por referir, em declarações recolhidas pela agência de notícias Lusa.
Depois, Liberty Chiaka, voltou a falar sobre a questão das autarquias. “Outra mensagem: o país quer autarquias. Presidente, liberte os presos políticos. O Presidente está a convidar os angolanos a manifestar-se com regojizo pelos 50 anos da independência nacional, mas infelizmente este país passa fome. 17 milhões de angolanos são pobres. 10 milhões de angolanos passam fome. Como é que vamos manifestar-nos com regojizo pelos 50 anos quando temos angolanos que estão presos, quando temos angolanos que passam fome, que são perseguidos? Temos angolanos que são executado”.
“Nós enquanto deputados estamos à disposição de contribuirmos para se apurar a veracidade desta grave acusação, mas é importante dizer que todos nós sabemos que os que fazem o contrabando de combustível são dirigentes do regime. Em certa medida, o Presidente estava a apontar às suas baterias, ao seu grupo parlamentar. Nós sabemos também que existe um plano de usar o poder judicial e combater adversários políticos”, concluiu.