Ucrânia: o epicentro da conflitualidade mundial.

Desenha-se no horizonte euroasiático, o eclodir de uma nova guerra mundial. Oxalá que não se chegue a isso. Seria dramático, particularmente para os povos da europa e da Federação Russa que seriam as primeiras vítimas de um conflito sangrento, eventualmente nuclear, a medir pela capacidade de destruição mútua das forças em presença.

De facto, as grandes guerras travadas em solo europeu, antes de 1945, tiveram a França e a Alemanha, como o epicentro da conflitualidade. Neste contexto, ocorreu a guerra franco/prussiana de 1870, em que a Alemanha ocupou território francês, nomeadamente, a Alsácia e a Lorena; bem como a primeira e a segunda Grande Guerra Mundial, terminadas em 1918 e 1945, respectivamente.
Por consequência, o fim da II guerra mundial determinou a bipolarização do sistema das relações internacionais, num mundo dividido entre comunistas e capitalista, dando início a guerra-fria, que persistiu até a queda da União Soviética, em Dezembro de 1991.
Tendo combatido vitoriosamente a presença russa e cubana em Angola, entre 1975 e 1991, a UNITA criou as condições políticas e militares que levaram à assinatura, em Maio de 1991,dos Acordos de Paz para Angola, conhecidos por Acordos de Bicesse, celebrados com governo da República Popular de Angola.

Estes acordos, como parte de um acordo global quadripartido (resolução das Nações Unidas 435) determinaram a retirada de todas as forças estrangeiras de Angola, tendo, por essa razão, contribuído significativamente para a derrocada da então União Soviética (URSS).
Depois de décadas de paz política e social na Europa que permitiu a construção dos fundamentos da União Europeia e o seu alargamento à Leste, testemunha-se hoje a escalada de tensão global, como forte indicador de um novo conflito, que tem na Ucrânia o epicentro.
Depois da Crimeia, Putin quer ocupar a Ucrânia. Quer impor o seu poder e influência, na Europa de leste e central e emergir no plano mundial, com apoio da china, como potencia global, hegemónica, tirando partido da grande massa continental que ocupa, que se prolonga pela Sibéria adentro, rica em recursos naturais. A confrontação que busca com o Ocidente, e com os Estados Unidos da América em particular, procura atingir esse desiderato.

O arrastamento da crise contribui de facto para a escalada de tensão, enquanto o bloco ocidental se apresenta pronto para uma resposta firme. Se a Russia (Putin) retirar a pretensão de se atacar e ocupar a Ucrânia, a situação pode voltar a normalidade, terminado oassim clima de incertezas. Se se mantiver o braço de ferro, entre a Rússia e o Ocidente, tudo poderá se precipitar. Enquanto isso, espera-se que a diplomacia internacional faça a sua parte par se evitar um novo conflito global.
Por essa razão, cabe agora as lideranças da europa, dos EUA, da França, da Alemanha e da própria Rússia envidarem esforços diplomáticos para se evitar a guerra, enquanto multiplicam-se pelas capitais europeias, os apelos e as marchas de solidariedade contra a escalada de tensões e perspectiva de conflito pelas capitais europeias.

Alcides Sakala

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