ISMAEL MATEUS Faltou com a verdade no artigo “A difícil construção da democracia interna nos partidos politicos

Por Kamalata Numa
Luanda, 19/07/2024
Convido todo intelectual honesto a ler o artigo deste exímio defensor do MPLA para perceber onde pretende chegar.
A democracia interna nos Partidos Políticos é sustentada pela doutrina da democracia-mater, da democracia deliberativa, da democracia consensual que tem no espectro da decisão o seu nível de qualidade.
O panafricanismo tem a tendência a partir do conceito de democracia-mater construir seu próprio destino democrático.
O parto da democracia interna na UNITA foi feito em 2003, através da Comissão de Gestão da UNITA que interpretou de forma assertiva os ensinamentos do Presidente Fundador nos congressos onde já se fez eleger pelo voto dos delegados. Estes foram os primórdios da democracia interna na UNITA.
O MPLA, em 1974, na Zâmbia, no seu Congresso que elegeu Chipenda para Presidente, não caminhou para a consolidação da democracia interna. O MPLA preferiu os caminhos da confusão com divisões internas que determinaram as revolta do leste, revolta activa e presidencial que foi salva por Nito Alves que veio a ser assassinado nos acontecimentos do 27 de Maio e toda purga que se seguiu por gente que salvou na Zâmbia. Portanto, a democracia interna no MPLA foi na verdade um nado morto nesta primeira tentativa.
A segunda tentativa do MPLA gerar a democracia interna, vai surgir num contexto de profundas divisões deste Partido e de fragilidades da sua liderança que se barricou do lado de uma das trincheiras internas. Os angolanos estão aqui para acompanhar este parto que vai exigir do MPLA muita coragem e força interna para ultrapassar a cultura do “chefe” e do “sim chefe”.
Quanto à UNITA, o nosso exímio Ismael Mateus, precisa de ser introduzido nos fundamentos percorridos até aqui para perceber a solidez dos alicerces erguidos sobre sua democracia interna. Não tem sido obra do acaso, vem de 1964, passou por Mwangay 1966, sobreviveu aos invasores soviéticos em 1976, coabitou com África do Sul do apartheid, expulsou os invasores, sobreviveu a morte do Fundador da UNITA Dr. Jonas Malheiro Savimbi e hoje, definitivamente, transformou-se em Património Nacional dos angolanos.
Em 2025, a UNITA vai realizar o seu XIV Congresso Ordinário com múltiplas candidaturas. Os candidatos são todos os membros da Comissão Política. Os que de entre os membros da Comissão Política pretenderem servir a UNITA como presidente, devem reunir coragem para apresentar suas candidaturas no momento próprio. Para UNITA, é já uma necessidade a questão das múltiplas candidaturas a Presidente do Partido, da LIMA e Secretário Geral da JURA.
No passado, houve momentos de coragem para se concorrer contra o Mais Velho Samakuva e mostrar-se outras opções estratégicas para se conduzir o Partido.
Hoje, também, exige-se a mesma coragem para aqueles que terão de concorrer contra Adalberto Costa Júnior que é obrigado a fazê-lo por imperativo do compromisso nacional e desejo de muitos angolanos.
Nenhum Dirigente de topo da UNITA algum dia vai inibir as múltiplas candidaturas. Este é nosso destino que vem desde o surgimento do Manifesto da UNITA em 1964.

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