UNIÃO NACIONAL PARA INDEPENDÊNCIA TOTAL DE ANGOLA UNITA

SECRETARIADO DOS ANTIGOS COMBATENTES E VETERANOS DA PÁTRIA
ELOGIO FÚNEBRE
O tempo tem medida. O tempo sinaliza a distância percorrida. Não estamos a falar de qualquer tempo, estamos a falar de um tempo que tem mudado a paisagem política de Angola nos últimos 56 anos da História da UNITA que a 13 de Março de 1966 em Mwangay se constituiu num Movimento político de Libertação com o seu braço armado as FALA – Forças Armadas de Libertação de Angola.
Geraldo Abreu Muhengo “Ukuatchitembo” Kamorteiro foi o último CEMG das FALA neste tempo que teve como primeiro CEMG Samuel Jonatão Chingunji Kapessy Kafundanga que faleceu exactamente em 24 de Janeiro de 1974 por malária na fronteira de Angola com a República da Zambia, quando faltam apenas três meses para o fim da guerra colonial.
Depois de Kafundanga seguiram-se os CEMG Severino Sawenda, Waldemir Pires Chindondo, Demóstenes Amós Chilingutila, Alberto Joaquim Vinama, Arlindo Chenda Issac Pena Ben Ben, Altino Bangu Sapalalo Bock, tendo cada um no seu tempo deixado sua marca militar na doutrina de gestão e administração das forças armadas.
Mas foi General de Exército. Como comandante, também, foi o inspirador da velocidade táctica no combate anti-tank, aproveitando as vantagens do relevo para buscar a surpresa e a iniciativa táctica. Ajudou a criar as CMDEA (Companhia Motorizada de Desembarque e Assalto), foi quem assinou em Luanda no dia 04 de Abril de 2002, num acto histórico cheio de muito simbolismo, os Acordos do Luena que selaram o fim do conflito armado para estabelecer os fundamentos da reconciliação nacional numa Angola igual para todos.
Kamorteiro serviu republicanamente as FAA – Forças Armadas Angolanas, na esperança firme e convicção redobrada de erguer um instrumento pilar para a garantia do desenvolvimento sustentável do Estdo Democrático de Direito. Deixou sua assinatura num papel que deu fé aos antigos combatentes e veteranos da pátria do ex-ELNA, das Ex-FAPLA e ex-FALA que sua condição encontraria respaldo institucional para sua dignificação.
Afinal, no fim do seu tempo, tudo isso foi um logro. Pois, Kamorteiro foi levado para o mesmo ardil onde caiu Ben Ben, Chilingutila e muitos outros, onde a cidadania deixou de ser um direito de todos para passar a ser privilégio de poucos. Estes poucos que institucionalizaram um regime de terror e de exclusão, que manda aniquilar opositores, que roubam e empobrecem o povo, que esquarteja mulheres a luz do dia e faz do Estado sua propriedade.
As FAA instituidas em 1991 deverão continuar a exercer o mesmo papel de reconciliação nacional e reencontro de todos angolanos. Deverão ser o instrumento de consolidação das instituições republicanas. Nesta perspectiva, o exemplo do General Geraldo Abreu Muhengo “Ukwachitembo” Kamorteiro que serviu as FAA com fé numa Angola igual para todos que sirva também de farol para milhares de antigos combatentes e veteranos da pátria que esperam o reconhecimento do seu contributo num papel decisivo que permitiu a rubrica do Memorando de Entendimento do Luena.

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